sábado, 3 de maio de 2008

este post não merece ser entitulado.

encaro as ruas,
tortas e longas mas com destino certo,
que me deixam em casa,
não em conforto,
mas em casa,
como se fossem pequenas pontes.

as ruas parecem curtas,
parecem retas.
me iludem em suas curvas,
subidas e descidas.

meu coração me mostra um caminho curto, reto.
mas também me ilude em suas curvas, seus morros,
e ainda sabota as placas que me guiam.
me esconde o caminho.
me coloca em sinuca e mata a quinze.

minhas pernas andam
e meu coração desanda.

a fé que levava no coração esperançoso,
agora está toda nos músculos que me movem.
as pernas que não falham,
que me garantem a chegada,
talvez em frangalhos,
mas finalmente a chegada em algum lugar.

com alma sem forma,
vazando pelos poros,
e o amor desperdiçado escorrendo,
deixando um rastro de sangue invisísel
que logo será consumido pelos ávidos seres,
seres que escondem serem tais seres,
seres que nunca tiveram a oportunidade de amar,
eu sigo pela rua.

os estrelas acesas fazem companhia ao meu cigarro,
meu único amigo neste momento solitário.
cada estrela simboliza um grande amor desperdiçado,
e eu olho pro céu e vejo uma estrela nova.

nos meus sonhos, amanhã tudo estará bem.
resolvido e acertado, com dois felizes
aproveitando a dádiva que têm.
acordo triste e só peço uma coisa:
que consiga erguer a cabeça
e não chorar.
um sorriso já seria pedir demais.

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