quinta-feira, 8 de maio de 2008

minha varanda

Do maço ela escolhe dois sortudos cigarros.
Sim, eles serão fumados em breve, mas são sim sortudos,
pois antes de se entregarem à combustão,
provarão de sua doce e imperatriz boca.

Ela acende os dois ao mesmo tempo
e logo me entrega um.
Dividimos uma cerveja qualquer.
O copo é barato, o cigarro, genérico.
O lugar, desimportante.
Às vezes é o chão gelado quem nos abriga,
enquanto brilha a lua sobre nós.
Há motivo pela falta indiferença à classe,
ao desdém pela nobreza:
de nobre, já basta nosso amor, nossa paixão,
em sua bela e suave perfeição.
Basta não: excede.

Enquanto estamos juntos, de nada importa o mundo..
Que todos durmam enquanto ficamos aqui acordados,
pois tamanha pureza de sentimento tão profundo
em paz deve ficar ao ser assim coroado.

Para longe quero te levar,
e daqui, nada mais carregar.
De perto de você, não quero mais sair.
Longe de você não conseguiria mais rir,
e se não para você, para mais ninguém poderia me entregar,
entregar inteiro sem medo de me ferir.

Só quero te fazer sorrir,
só quero te amar.
Você já me faz sorrir,
e agora te ensino a me amar.

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