sexta-feira, 2 de maio de 2008

devorado vivo.

o clima é perfeito para dia tão imperfeito.
o vento sopra, o frio invade os lares e gela todos os corações.
o céu volta a nos molhar com suas lágrimas a todo momento.

palavras erradas no momento errado.
o que poderia ser maravilhoso,
agora só conhecerei nos meus belos sonhos.
como pode um alguém tão desleixado
ainda estar aqui entre os vivos?

a televisão urra e grita, mas eu não ouço nada.
escuto um velho blues chorando ao som
e choro junto o choro mais sincero já chorado.

quem pode dizer que não ser amado pela pessoa amada
não é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa?
as palavras de repúdio me foram atiradas à bala de canhão.
minha alma está furada, mas ainda não deixo a essência vazar,
enquanto minhas pernas agora fracas tentam me manter em pé.

o que fazer quando os mais próximos se tornam os algozes?
o que fazer quando é quem sempre jurou que te amou
é quem te faz perder a única coisa você já amou de verdade?
o que fazer quando a única saída é a faca ou a estrada?

me despeço sentindo o fino fio de água descendo a bochecha.
se não posso fazer feliz quem me faz feliz
que posso ser eu nesse mundo?
me chicoteio quando a todo momento lembro
de como sentirei tua falta.
da tua boca, do teu sorriso e dos teus olhos.
do teu corpo e do teu calor.
da tua cabeça perfeita.

sempre me considerei azarado, mas posso dizer já que sou sortudo,
pois tive o que poucos tiveram e o que todos desejam:
um período de pura e verdadeira paixão e felicidade.
invejem-me, ao me verem de costas caminhando contra o sol.

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