quarta-feira, 14 de maio de 2008

divagações avulsas 3

eu ainda lembro de quando era bem mais novo,
no alto dos meus 10, 11 anos,
quando já sabia do que viria pela frente.

eu recordo que sabia que quando adulto
iria beber cerveja brahma
e me imaginava fumando free,
pois eram esses que meu pai fumava e bebia.

e ai de quem vier me dizer
que meu pai é/foi uma má influência.
ele sempre escondeu de mim seus vícios e prazeres,
os que o velho sabia que podia fazer mal.

culpem a criança curiosa,
que queria saber tanto o quê,
o quê podia deixar seu velho pai
mais relaxado após um dia nervoso.

e me lembro muito bem de ouvir o tempo todo
com os pequenos e puros ouvidos
incessantes palavras de chico,
que me ensinou muito mais
do que muita gente que pensa ter ensinado.

me lembro de assistir filmes antigos,
filmes em línguas estranhas,
e apenas filmes legendados.
cores diferentes, cores belas,
cores estranhas,
sons que me deixavam apavorado,
sons que me levavam à loucura.

descobri os santos remédios,
que usados com sabedoria,
são mais prazerosos e tranquilizantes
e muito menos viciantes.

me sinto idiota agora
de tanto brigar com as duas pessoas
que tanto me ensinaram
que tanto me fizeram ser quem sou:
alguém que nasceu imperfeito
e morrerá imperfeito.
mas que sabe que sempre tentará,
sem nunca desistir,
alcançar um estágio que não a perfeição,
mas um estágio de muito orgulho próprio.

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