quinta-feira, 31 de julho de 2008

smooth

dos espinhos desta rosa,
só quero ver meu sangue.
tão vermelho quanto a flor,
tão doce quanto esse pudor.

tiro pétala por pétala,
quero ver o que se esconde.
vou delicadamente despindo
essa flor, sempre sorrindo.

não sei acreditar
no que meus olhos vêem.
não sei se quero mais continuar,
a curiosidade só sabe amedrontar,
mas meus dedos já fugiram de mim.
vou até o fim.

o odor que se liberta,
as cores que se soltam,
o sabor que me controla,
o prazer que ultrapassa o saber.

mas então me deparo com o pior:
ao fim desta roseira,
há muitas outras,
maiores e mais amedrontadoras.

a coragem necessária,
só em um lugar pode ser encontrada,
e eu fico feliz por possuí-la.
ela só existe no coração dos homens que a mereçam.

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