sexta-feira, 20 de junho de 2008

...


às vezes a noite é tão bonita, que cada estrela conta uma história, e cada história acaba numa lágrima.
às vezes o vento te esfria tão rápido que você nem percebe o incômodo; no outro momento o vento já foi, e como algumas pessoas só te deixa uma pequena, mas muito forte lembrança.
às vezes o silêncio grita tão alto que você precisa de algum barulho para se assossegar.
às vezes o sol te esquenta tanto que seu corpo inteiro fica quente, à exceção da palma da sua mão. você fica desejando sentir esse calor pra sempre, até o instante que algum problema volta para te irritar.
às vezes você encontra o descanso perfeito observando as folhas das árvores se mexendo com uma leve brisa... e você fica querendo tanto que essa mesma brisa te controle do mesmo jeito que faz com as folhas...
às vezes uma chuva bem chovida parece dar um banho no mundo. mas este consegue se sujar novamente tão rápido quanto uma criança.
às vezes o céu está tão azul que você, por alguns instantes, quer acreditar em Deus, com D maiúsculo. então você olha para a frente e volta a raciocinar, se achando bobo por pensar nisso.
às vezes o abraço de um amigo te faz sentir tão bem que você já nem lembra mais por quê se maltrata tanto. 15 minutos passados, você já lembra muito bem.
às vezes a presença de uma pessoa amada te faz voltar a ter esperança numa vida com felicidade verdadeira. quer dizer, às vezes não, toda vez.
às vezes um olhar te diz tanto que você poderia enxer um livro bem grande.
às vezes um olhar te diz o suficiente para que você o entenda em menos de um segundo. esses são os olhares mais perigosos.
às vezes o mar faz tanto barulho que eu consigo ouví-lo daqui... ele está bravo, esbravejante. raramente se acalma, apenas quando a lua cheia o ilumina todinho. é tão grande e sofre de solidão, o pobre coitado.
às vezes eu quero ser como o mar, sozinho. às vezes quero ser como a chuva, para limpar tudo. mas a maioria das vezes quero ser como o vento... passando por aí, deixando marcas de mim mesmo...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

azul

na noite
soa uma nota menor
uma voz meio rouca
um trago violento

uma luz laranja
uma fumaça forte
um olhar de rabo
um sorriso apagado

na mesa do bar
na fila do caixa
na multidão cansada
na cama sem par

huh

she turns and says "are you alright?"
i said "i must be fine, 'cause my heart's still beating!"